quinta-feira, 20 de agosto de 2009


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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Aventura sobre rodas (matéria do Pernambuco.com)


Não se admire se algum dia você estiver na estrada, viajando para alguma cidade do Interior do Estado, e algumas pessoas passarem ao seu lado pedalando em uma bicicleta, no meio da mata que fica nos limites da pista. Ou se em algum momento você olhar para cima de um morro e encontrar as sombras de vários ciclistas tentando chegar ao ponto mais alto. Essas pessoas são advogados, médicos, engenheiros, oficiais de justiça, psicólogos, professores, empresários e vários outros profissionais, de todas as idades, que adotaram a trilha como esporte e estilo de vida. Todos se tornam iguais em cima da bicicleta. Para eles não importa o cansaço, a distância, se está chovendo ou fazendo sol, se o percurso é fácil e rápido ou longo e perigoso. Para os amantes do pedal, o que interessa mesmo é se divertir, curtir a natureza e conhecer lugares que nunca pensaram em estar durante toda a vida.


A trilha de bicicleta é um dos esportes que mais ganha adeptos em Pernambuco.Atualmente existem vários grupos que saem todos os finais de semana para explorar novas trilhas ou refazer um caminho já conhecido, mas que reserva surpresas a cada nova pedalada.


“Sempre que vamos pedalar na mesma rota conhecemos algo novo que não tínhamos visto no caminho. Uma trilha nunca será a mesma, pois em todas as oportunidades de refazer um percurso a natureza nos proporciona algo surpreendente”, afirmou a coordenadora do grupo Pedal Clube, a psicóloga Rosaly Almeida, de 44 anos de idade e 4 anos de pedalada.


Alguns locais são bastante conhecidos e explorados pelos ciclistas trilheiros. Cidades como Gravatá, Aldeia, Pombos, Igarassú (Manjope), Porto de Galinhas, Tamandaré, Bonança, Jucazinho e a Mata de Brennand sempre recebem os atletas nos finais de semana. Porém o principal desafio sempre é conhecer um local ‘virgem’ para vencer novos desafios.


“Ando todos os sábados, há quatro anos e meio, e já conheci muitos lugares. Porém quero fazer a trilha que vai de São Caetano a Caruaru e o percurso de Bonito. Sei que são excelentes locais para pedalar e espero um dia ter oportunidade. Todo mundo que faz trilha gosta de conhecer locais novos para ter um contato maior com a realidade das pessoas que moram no meio da natureza e até mesmo testar nossos limites”, comentou a oficial de justiça Patrícia Brasil, de 28 anos, que participa do grupo Cansadus.


Mas o contato com a natureza e a prática esportiva são apenas alguns dos ingredientes que levam as pessoas a participarem das trilhas em bicicleta. Vários ciclistas entram nos grupos de trilheiros em busca de um convívio social, de uma namorada ou namorado, de um momento de fuga dos problemas diários ou até mesmo para perder peso.


“Acho que o mais difícil disso tudo é conseguir namorada. Até porque tem pouca mulher na trilha, pois as mulheres parecem ter medo dos desafios, que são muitos. Mas o convívio social é muito grande. Na trilha, todos precisam se ajudar. Se uma bicicleta quebra, um ajuda o outro a consertar. Todos comemos e bebemos juntos ao final do percurso e isso termina criando um vínculo que vai além do pedal. Saímos juntos, conhecemos as famílias um do outro. Isso é uma das coisas mais legais da trilha”, disse Rosaly.


A partir de um objetivo inicial os ciclistas terminam conquistando todos os outros ao mesmo tempo, o que torna o esporte apaixonante e difícil de ser abandonado. “Costumo dizer que quem pedala a primeira vez ou ama e nunca mais deixa, ou odeia e termina vendendo a bicicleta”, disse Rosaly.